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domingo, 25 de julho de 2010

Invisível

Pensei em falar do tempo, cheguei a digitar algumas linhas, mas minhas palavras seriam tão falsas quanto o sorriso que sustento em meu rosto nesse momento. Não que eu esteja triste, repito, não é isso. Tenho motivos plenos para estar contente e bastante animado, porém não são suficientes para que eu possa exprimí-los em palavras. Dizem que os olhos são as janelas da alma. Os meus, acho que já estão tão emperrados que somente uma força bruta conseguiria abri-los. Sinto-me recluso, acuado, preso em um jogo que eu mesmo criei. Estabeleci regras que não posso obedecer (ou, ao menos, não quero). Sei que falta algo para que esse jogo chegue ao fim, ou melhor, sei que falta algo para que esse jogo seja ganho. Não é tristeza. Se é para classificar, que seja insatisfação. Quero, como qualquer outro ser, plenitude. Plenitude de espírito, plenitude de sentimentos. Sim, de sentimentos. Sou feliz! Sim, eu sou. Mas não completo. E o que mais me amedronta é ter que admitir que essa plenitude não depende exclusivamente de mim. Há em algum lugar alguém que detém o restante do  meu percentual de satisfação plena, alguém que carrega consigo a chave das janelas da minha alma, alguém que me permitirá dizer "sou feliz e completo". 
Enquanto esse ser continua escondendo sua face de mim, me fazendo procurá-lo pelos lugares mais obscuros que se possa imaginar, vou vivendo feliz.
Felicidade ascendente em um ser incompleto.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Vinte e três de Julho

Já não me importo se se as pessoas leem o que escrevo. As palavras, para mim, são hoje reflexos da minha alma, servem pura e simplesmente para gritar ao mundo o meu estado de espírito. Já não me importo em alocar palavras em disposições claras, ou articulá-las de maneira bela, afinal de contas, ninguém de fato se importa com o que não lhe pertence. Gostaria de não me desanimar com a humanidade, no entanto, o que surge de dentro dos grandes holofotes da vida é uma luz fraca, nada reluzente, a ponto de se apagar. Quando você acha que encontrou uma lâmpada diferente, que iluminará sua vida de maneira nunca vista antes, ela - como por magia - se apaga. Já não me importo em fantasiar um mundo feio para que ele se pareça apenas com o dos meus sonhos. Ninguém o enxerga como eu, logo não há como compartilhá-lo. Não há tristeza em minhas palavaras, talvez um desapontamento, ou apenas frustração (mais uma vez) por colocar os pés no chão.
Um dia a mais vivido, um dia mais próximo dos meus objetivos, um dia a mais passado sozinho. Não importa.
Já não me importo por não me importar.